segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014


NÃO ERA LOUCA
(Parte I)
           Quando criança eu via espírito em meu quarto, meus pais brigavam comigo e sofri por muito tempo. Quando fiquei mocinha as coisas pioraram e comecei a procurar ajuda sozinha e fiquei apavorada com tudo que vi. Não mais voltei e carreguei minhas dúvidas. Meus pais evangélicos e os pastores da igreja me colocavam a mão e tudo acontecia, eu não tinha controle do meu corpo, ficava como uma louca e fui para um hospital psiquiatra onde fui dada como louca. Mas no meu íntimo eu sabia que não era loucura.
                 Quero mandar uma notícia aos meus pais, mas não é o momento, ainda carrego em meu peito muitas dores e na verdade não consigo perdoar. Quero só me desabafar um pouco com vocês, mas volto com a permissão da luz para mandar um recado para eles que deveriam sim acreditar em mim.
                                                              Obrigada!
                                                                         Uma irmã          (05/02/14)


NÃO ERA LOUCA
(Parte II)

              Aqui estou novamente para contar mais um pouco da minha estádia no hospital de loucos. Sofri muito, levei choques, fui amarrada na cama para não fugir. Não recebia visitas, pois eu piorava, as crises eram de muita agressividade, e fui ficando lá. Quando me encontrava já enfraquecida, pedi que viessem me ver, pois senti que não ia muito longe. Gostaria de ver os meus pais e irmãos e nesta visita trouxeram um espírita sério que logo falou: “está menina não é louca”, mas já era tarde para mim. Me tornei realmente uma louca de corpo e principalmente de alma. Não queria mais sair do hospital, já estava doente demais.
             Quando posso vou em hospitais de doentes mentais e vejo quanta diferença no tratamento mais humanizado, há hoje respeito pelos doentes.
             Eu visitei os meus pais, infelizmente eles trazem no peito muita dor. Eu ainda não consigo perdoar pois sofri muito e continuo buscando um meio para este sentimento entrar em meu coração. A espiritualidade achou este modo, a escrita, uma forma de expurgar todo este meu rancor. Encontrei com um dos médicos aqui, aparentava mais louco que eu, um horror.
            Tenho que ir, se me for permitido voltarei mais vezes.
                                                              Obrigada!
                           Uma louca que procura um sentimento que está perto de encontrar
                                                                         (19/02/14)

                       Psicografia recebida em Reunião Mediúnica fev de 2014

                                             Médium: Nicodemos