domingo, 27 de dezembro de 2015

UM  DIA  EU VOU  SABER

         Somos todos descendentes uns dos outros, queiramos ou não somos uma só família. Assim sentia eu, pois morei em um orfanato, órfão de pai e mãe (eu achava assim) estava sempre a espera que alguém me adotasse. Vinham pessoas de todos os lados, eu achando que iam me querer... Mas qual o que? Olhavam-me de lado e passavam.
          E eu pensava assim: não sou descendente dessa pessoa, ou melhor, o nosso sangue não é igual? Mas nada. Ninguém me queria. Atingi a adolescência e chegou a hora de me virar.
          O orfanato mesmo cuidou de me arrumar um emprego. Nesse emprego eu dormia, comia e afinal de contas morava. Só que eu continuava sendo rejeitado. Meus patrões me exploravam de todo jeito: eu trabalhava quase a exaustão. A comida era controlada. À noite eu sentia muito frio, no tempo do frio e muito calor quando era o verão. O cômodo era muito pequeno e eu resolvi fugir.
           Aí sim eu sofri, sofri muito. Primeiro de esquina em esquina, procurava as pessoas, mas elas se esquivavam. Pedia algum dinheiro e elas às vezes me davam, às vezes não. Continuava a andar sem rumo até que eu encontrei embaixo de um viaduto pessoas que, como eu também perambulava. Elas me ofereceram algo que gostei. Era craque. E foi assim, fiquei com elas e me tornei um viciado. Aí não conseguia ficar sem a droga e resolvi como as outras pessoas, roubar para sustentar a droga.
           Não fiz amizade real com ninguém, só pensava em suprir as minhas necessidades físicas. Alguém me denunciou por roubo e fui indiciado como ladrão. Fui preso varias vezes. Estava na prisão, revoltado comigo e com a vida, quando chegou alguém que queria me ver. Era um antigo colega do orfanato que em ofereceu a mão, me levou para a sua casa, me banhou, me olhou e orou para mim (ele se tornou evangélico).
            Tinha família formada com esposa, filhos e um netinho que acabou de nascer. Tudo na vida dele correu normalmente como manda a vida. Eu, porém era um pobre coitado sem nada. Ele me levou para a sua Igreja e lá fui recuperado. Cheguei até a fazer a leitura lá na frente do altar.
             Mas a droga já havia corroído em mim minha saúde física e comecei a sentir os efeitos funestos de sua ação. Adoeci gravemente, fui para o hospital e lá morri. Fui velado e sepultado por esse amigo, a quem devo todo meu respeito e gratidão.
             Hoje eu me acho em um hospital espiritual onde sou tratado. Vem sempre um pastor que dialoga comigo, me ajuda e me orienta.
             Pergunto a ele o porquê de certas situações, por exemplo: porque eu não tive a mesma sorte de meu colega que como eu foi criado num orfanato e que teve uma vida tão boa? Porque eu sofri tanto, se nada fiz por merecer?  Ele diz que um dia eu vou saber, mas que por enquanto ainda não posso, porque estou me recuperando.
            Hoje tive a oportunidade de escrever nessa reunião, auxiliado por esse pastor e ajudado por uma mulher que diz ser a minha mãe.
            Obrigado a todos.
   
            Eduardo Noronha. 
                                                        
 Psicografia recebida em 2015.                                     

 Médium: Catarina.

domingo, 20 de dezembro de 2015

TEREMOS  NOVA OPORTUNIDADE

Minha mãezinha querida, foi tão pouco tempo que passei junto a você, junto ao meu paizinho, sei o quanto sofreram com a minha doença, ver aquele ser indefeso sofrendo cortava-lhes o coração.  
Ah minha mãezinha te agradeço tanto por ter me recebido, por ter me acolhido em seu ventre, em ter me amado tanto. Sei que nunca consegui desde o meu nascimento ver você ser feliz, vi o seu sofrimento com a doença que eu trouxe ao nascer e me acompanhou pelos quase cinco anos que passei junto à vocês. Sei que viviam um dia após o outro, com esperanças de que eu pudesse me recuperar, mas também com a triste certeza de que eu não poderia passar muito tempo aí.
Até que vivi um pouco mais do esperado, mas mesmo assim nosso tempo foi tão pouco, mas o suficiente para criarmos elos de amor eterno, sei o quanto aprenderam a me amar e eu a vocês. Sei que teremos nova oportunidade juntos e nessa próxima oportunidade serei um menino saudável, cheio de saúde e não será como foi, dessa vez terei uma longa existência e poderei proporcionar a vocês muitas alegrias.
Sei que para sempre sentirão saudades minhas, mas quem sabe eu não estarei aí bem pertinho de vocês em um novo corpinho?
Minha mãezinha, meu paizinho querido Deus prepara grandes alegrias para nós, ainda seremos uma família muito feliz juntos com os outros filhos que vocês terão e serão meus irmãozinhos amados. 
Não chore mais, coloque um sorriso no rosto, nosso reencontro não tardará. Enquanto isso peço que retornem as suas vidas, volte mamãe para o seu consultório que ficou tanto tempo abandonado para que você cuidasse de mim, sua profissão é linda e você precisa voltar.
Tenha fé em Deus, fé no futuro, não estamos sós e nem desamparados, o tempo conta a nosso favor e em breve viveremos momentos muito felizes.
Seu sempre filhinho querido.

 Márcinho.                                                                         
                                                         
Psicografia recebida em 2015.                                      

            Médium:  Débora.

domingo, 13 de dezembro de 2015


DE NADA VALEU O GLAMOUR

Dormi uma dama da sociedade e acordei um farrapo...
Como é possível me ser dado tanto e de uma hora para outra me ser tirado tudo, por quê?
Vivia o luxo da mais alta Sociedade Carioca, vivi ao lado de pessoas da mais alta estirpe, tinha as facilidades tinha amigos, tinha uma bela casa, bebia os melhores vinhos, enfim tinha tudo.
Dormi um dia após mais uma noite de festa e glamour e ao abrir meus olhos não acreditava no que via, estava em um pesadelo, afinal eu estava um verdadeiro lixo humano, nada parecido com a bela mulher bem tratada que sou. O cheiro de perfume deu lugar ao odor mau cheiroso da podridão, a bela casa sumiu e estava eu em um lamaçal fétido e frio e nem mesmo  a água para refrescar meus lábios ali eu tinha.  
Onde estão as pessoas que sempre se alinhavam comigo nas festas, onde?
Tudo aquilo era ilusão, a vida que achei que vivia foi uma grande ilusão, de nada valeu o glamour e as festas, fui vil e mesquinha. O que tanto cultivei, o que tanto busquei só serviu para ajudar-me a mergulhar neste mar de lodo e lama que hoje vivo. Nem de perto sou a linda mulher do passado.
Tanto busquei a fama e o reconhecimento que encontrei a miséria e a face sórdida de mim mesmo.
A morte mostrou-me o como eu realmente era.

Ângela.   

            Psicografia recebida em 2015.                                     

            Médium: Luciano C.

domingo, 6 de dezembro de 2015

AS DROGAS X MEU PAI

Meu pai me perdoe, preciso muito do seu perdão, sinto que ainda guarda rancor, raiva e muita tristeza quando se lembra de mim. Sinto muito por tudo que eu fiz o senhor passar, noites inteira sem dormir, procuras em hospitais e até mesmo em IML. Sei do seu sofrimento meu pai e da minha responsabilidade, hoje não tenho um minuto sequer de paz, gostaria tanto poder está com o senhor e ajoelhar em seus pés e pedir perdão.
Tenho passado por muitas provações aqui meu pai, o meu corpo sofre de ulceras terríveis na pele, a minha garganta está toda machucada devido o mau uso das palavras e o meu corpo sofre devido as drogas, etc. Hoje tenho uma senhora que cuida de mim e uma equipe que faz tratamento espiritual, pois eu ainda sinto muita falta das drogas e da vida louca que vivia.
Não consigo dormir ainda uma noite inteira, como passava muitas noites acordado por efeito das drogas, sinto que estou perdido. Meu pai ore por mim, pense em mim para que eu sinta o seu amor e o seu calor.
Estou aqui num momento único, onde me foi dado essa oportunidade de dizer o quanto estou arrependido de ter feito tanto mal a você meu pai.
Sei que esta carta o senhor não vai ter acesso devido a sua crença, mas estou aqui nesse desabafo para alertar a muitos que o efeito das drogas não é somente no usuário que ela fere e consome, mas também nos seus mais queridos e amados que tanto sofrem que chegam a pedir a morte por não querer ver o seu amado filho se perder nas drogas.
Hoje sei o que sofro não é somente por minhas atitudes e sim por todo o sofrimento e noites sem dormir que fiz o meu pai passar.
A dor que é física é tão pequena em relação a que sinto na alma e no meu ser. E sei que essa dor não é só minha e sei também que o meu pai sofre porque ele me disse: “não quero perder o meu filho para as drogas”, e rogava a Deus para me salvar. Sua fé foi muito abalada quando faleci e ele ali vendo o meu corpo e eu já pedindo perdão sem ele poder me ver já foi uma loucura, uma loucura...
Senti sua fé sendo diminuída e ele cobrando de Deus o porquê Dele não ter ouvido suas orações.
Meus queridos amigos deixo aqui o meu relato, mas me sinto um pouco aliviado pois pude de uma forma desabafar e alertar a muitos que pensam em usar qualquer tipo de droga, seja ela qual for pensem em seus familiares, eles também morrem.

Um desabafo de um jovem chamado Wilson L. de 21 anos, interrompi minha vida sem pensar na pessoa que eu mais amava: meu pai.    
 

 Psicografia recebida em 2015.
             Médium: M. Nicodemos.

domingo, 29 de novembro de 2015

MELHOR COISA DO MUNDO

         Eu tinha nanismo. Minha cabeça era grande assim como minhas mãos. Meu corpo não se desenvolveu, mas o meu coração palpitava como de qualquer pessoa. Zombavam de mim e até minha mãe às vezes me escondia, eu pensava que era por vergonha de ser assim, mas hoje que estou no plano espiritual vejo que era para me proteger das zombarias.
           Fui uma criança de rosto belo, minha mãe mesmo cortava meus cabelos, enfeitava com uma fita branca e dizia que eu era bonita.
         Depois eu vi que não era bem assim. Morávamos nos arredores de uma cidade pequena e aos quinze anos eu queria ir à festa na cidade. Não quiseram me levar. Meus irmãos e minhas irmãs foram e voltaram contando as novidades. Como eu gostaria de ter estado lá.
   ue me levou tus oi tanta gente me ajudando. Nda valeu e eu morri.
 mente norrem. Mu       O tempo passou, meus irmãos casaram e eu fiquei em companhia de meus pais. Oh que coisa esquisita. Eu cuidei deles até eles morrerem. Foram enterrados no cemitério local. E eu fiquei sozinha na casa que eles construíram. Cuidava dos animais, da casa e da horta.
      Com passar do tempo também envelheci. Comecei a enxergar o que os outros não enxergavam. Via pessoas que falavam comigo. Me orientavam em várias coisas.
          Um dia um casal chegou em minha casa  correndo com uma criança no colo. Estavam aflitos e sem saber o que fazer. Me pediam socorro. A mim, uma anã e velha... Mas eis que me apareceu um senhor que só eu via e me mandou por a criança ao colo e rezar por ela. Foi o que fiz, mas esse senhor pegou a criança, enfiou os dedos em sua garganta puxando algo e a criança voltou a respirar.
           Bastou que isso acontecesse para que eu não tivesse mais sossego, todos achavam que eu curara a criança e foi uma verdadeira procissão de gente que vinha para que eu ajudasse. Nunca mais fiquei só.
            Apareceu uma moça, que morava sozinha para me ajudar e realmente me ajudou, pois ficou comigo muito tempo, morando comigo até o meu desencarne.
            Hoje agradeço a Deus por tudo isso e digo que a melhor coisa do mundo é a mediunidade.

             Ana ou Tianinha como muitos me chamavam.
                                                         
 Psicografia recebida em 2015.                                     

 Médium: Catarina.

domingo, 22 de novembro de 2015

UMA ESCRAVA FELIZ

        Todos os dias as 11:30 da manhã eu me encaminhava para a grande varanda daquela fazenda e tocava o sino, o sino que convidava a todos para o almoço.
         O prazer que eu sentia era muito grande, pois ao tocar aquele sino centenário não era só os patrões, os senhores que eram convidados para o almoço, os meus irmãos de cor também. Certo que eles não almoçavam juntos dentro da casa grande, mas naquela fazenda a comida que era servida aos senhores era a mesma servida aos escravos que ali nunca foram tratados como escravos.
        Os solteiros que viviam avulsos moravam na senzala, que mais parecia um grande alojamento com camas simples, mas todos tinham sua cama, ninguém dormia no chão, os que haviam constituído família moravam em casinhas individuais, ali todos eram tratados como gente com dignidade, embora não tivessem salário, mas não lhes faltava comida, bebida, roupa e o mais importante dignidade, coisa que para aquela época para os que nasciam com a pele negra era em maioria absoluta das vezes negada.
           Eu vivia ali, era muito feliz, mas não nasci naquela fazenda, fui vendida quando tinha 14 anos, sai de um verdadeiro inferno, pois que a fazenda que vivia o negro não tinha o menor direito, nem de comer.
           Me lembro bem de quando cheguei lá, senti muito medo, mas logo vi que aquela fazenda representava para meus irmãos de cor que lá moravam. Lá cresci, virei adulta, nunca me envolvi afetivamente com nenhum escravo, eu vivi para meus senhores, ajudei a criar aquelas lindas crianças e sempre fui muito amada por elas, eu era a Babá a Ba como eles me tratavam. Morri lá já bem velha e sempre recebendo o carinho daquela família.
          Tive uma vida muito feliz ali e penso porque não tinham o mesmo tratamento os negros em outras fazendas. Aquela família era constituída de espíritos bons, todos ali pensavam da mesma maneira.
          Essa foi a minha penúltima encarnação, e talvez a mais feliz de todas, tenho saudades daquele tempo. E quando ainda hoje, mais de um século do fim da escravidão, vejo pessoas sendo tratadas como verdadeiros escravos, pessoas sofrendo ameaças, outras sendo mortas por guerras religiosas, sinto meu coração doer. Quanto tempo já passou, e ainda se vê seres humanos com tanto ódio no coração, com tanta amargura.
           Eu creio em um mundo melhor para todos. Citei meu exemplo para mostrar que pessoas existem, em todas as épocas, que são verdadeiros anjos para o próximo.
           Não descrêem da humanidade, mesmo em meio a tanta maldade podem acreditar anjos encarnados ainda existem. Tenham fé na humanidade, fé nos seres humanos. Fé em Deus.           

           Maria, uma escrava feliz.

          Psicografia recebida em 2015.                                     

          Médium:  Débora S C.

sábado, 14 de novembro de 2015


NÃO SOU HERÓI

Não sei quanto tempo se passou, mas vejo que não é mais aquele frio e triste inverno de 1944, aquele famigerado inverno onde sofri as atrocidades daquela guerra, que ceifou milhares de vidas, vidas que não mereciam serem ceifadas.
Como foram difíceis aqueles anos, não havia paz em nenhum lugar. Eu estava imerso naquela guerra e eu lutei, matei e morri sem nunca ter tido vontade de estar ali.
Fui convocado para a guerra, o desespero tomou conta de minha vida e da minha família. Eu era tão jovem e de repente ali estava eu tendo que matar outros seres como eu, eu que não havia matado um único animal em minha existência, agora estava ali tendo que matar sem motivo algum. Eu não acreditava na guerra eu era contra tudo aquilo.
Sinto até agora o cheiro do sangue daqueles seres mortos, sinto o frio inebriante daquelas trincheiras, sinto o som das bombas e o zunir das balas, sinto o medo dos ataques que sempre aconteciam no escuro da noite.
Sinto saudades de minha mãe, da ultima vez que a vi ao embarcar naquele trem rumo a batalha.
Sinto a tristeza do primeiro ser humano que assassinei em nome da guerra e de todos outros e outros que matei.
Meu Deus me perdoa e não queria fazer nada daquilo, eu quero sair deste combate que nunca acaba eu quero voltar pra casa, eu quero ter paz novamente.
Não sou herói, sou assassino e dos mais vis, pois matei em nome de um ideal que não era meu.
Quero voltar pra minha terra e esquecer todo mal que fiz.
Não sou aquela cruz na terra distante, quero voltar a ser o garoto que corria ingenuamente nas serras de minha terra natal.

Geraldo.  

            Psicografia recebida em 2015.                                     
            Médium: Luciano C.

domingo, 8 de novembro de 2015

FUI MUITO REBELDE

Como é bom está aqui, fico maravilhada com essa sensação de poder escrever através de outra pessoa. È um milagre ou um efeito especial, como Deus é maravilhoso, nós dá essa possibilidade de confortar os nossos familiares e nos dá a oportunidade de mais uma vez poder pedir perdão mesmo estando “morta”.
Eu sou uma pessoa que não acreditava em mediunidade e espiritismo pra mim era vela, macumba nas encruzilhadas e rosas vermelhas. Não tenho nenhum conhecimento da doutrina, mas não vou questionar e sim aproveitar essa oportunidade que o Pai me proporcionou e vou pedir perdão.
Sempre fui muito rebelde, tinha umas idéias meio fora das convencionais. Gostava de me sentir livre, dona do meu nariz, mas com as minhas atitudes fiz muitos sofrerem e magoei profundamente minha genitora. Muito católica e muito correta com suas coisas e negócios, eu simplesmente retirei de seu coração o verdadeiro sentimento da felicidade, da paz e quase levei minha querida mamãe a loucura e ao desespero.
Joana era seu nome e eu Juliana sempre me perguntei do porque de tanto semelhança no nome e que foi ela quem escolheu. E eu com a minha rebeldia não fui um orgulho e nem o seu espelho de pessoa.
Mãe Joana eu quero pedir perdão e lutei muito para estar aqui. Não foi fácil para mim, durante anos ou até mesmo décadas, achava eu que você que me deveria pedir perdão. Como fui egoísta e insensível, me desculpa por todas as noites sem dormir a minha espera, por ter subido aquele morro cheio de desconhecidos e escuro. Muito obrigada por ter cuidado dos meus filhos que abandonei e que muito tempo depois do meu desencarne vieram me dizer que nenhum havia se perdido.
Muito obrigada e me perdoe, esse perdão me levou a luz e hoje já não sou mais uma menina suja e desajeitada. Hoje me sinto uma pessoa que tem vontade de mudar a sua própria história e refazer com vocês a minha nova oportunidade de vida.
Deixe que eu renasça em seu leito de amor, para que eu possa suprir todo o seu sofrimento e fazer a senhora Joana uma mulher e mãe bem sucedida.
Me perdoe Dona Joana e receba o meu abraço.
    
Juliana Carvalho.     

 Psicografia recebida em 2015.
             Médium: M. Nicodemos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

FLORES NASCEM  FLORES MORREM

           Meu pai.
         Porque ficar desalentado com minha morte? Flores nascem flores morrem. Nem sempre as flores dão frutos e sementes.
          Assim fui eu. Jovem, tranqüilo, confiante, observador... Mas não observei que alguma coisa não ia bem em mim. Comecei a me sentir meio fraco e triste, mas não disse a ninguém. Minha mãe notou, mas eu não disse nada.     
       Estudava como qualquer um, mas estava muito aborrecido e desanimado com os estudos. Comecei a ficar pior, quando alguém disse que deveria procurar um médico. Minha mãe me levou. Exames, exames e exames.
        Quando o médico viu, eu notei um ar de preocupação em seu olhar. Era uma doença grave: leucemia.
     Chamaram-me e com muitos rodeios me disseram e falaram também que eu ia ser hospitalizado. Muitos tratamentos, mas seria necessário um transplante de medula. Fiquei internado muito tempo e durante esse tempo minha mente não parava: por quê? 
         Nem sempre compreendemos, mas durante aquele tempo fui preparado e acredito que vocês também foram preparados, mas não aceitavam o fato.     
         Um dia acordei muito ofegante, o oxigênio me faltava, houve uma correria e fui para UTI. Lá estranhei bastante porque eu nunca vi tanta gente me ajudando. Nada valeu e eu morri.
         Mamãe se desesperou, falou blasfêmias: “Onde estava Deus que me levou tão jovem”? Por quê? Meu Deus!
         Daí a pouco não vi mais nada... Fui levado de maca para um lugar que não sei falar onde fica. Tudo muito limpo e muito agradável. Meu corpo já não doía e eu estava bem. Fui cuidado por dois jovens que me falavam de vida eterna, de consolações, de alegrias vindouras e que me diziam que breve eu me recuperaria.
      Será que não precisaria mais do transplante? Disseram que não, que o corpo que estava doente foi descartado e que o corpo que eu possuía era perfeito, não necessitava de transplante.
      Dormi tranqüilo e sossegado e até hoje sinto muito bem. Faço excursões com amigos que conheci agora e às vezes vou à casa de vocês. Vejo-os, acaricio-os, mas não me vêem.
      Sou como uma plantinha ainda, porém saudável e espero novamente estar no convívio de vocês muito breve.
        Um abraço de carinho do filho
        Dudu. ue me levou tus oi tanta gente me ajudando. Nda valeu e eu morri.
 mente norrem. Mu                                                         
 Psicografia recebida em 2015.                                     

 Médium: Catarina.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

IMPRUDÊNCIA  E  REMORSO

        Quanta dor trago comigo dentro do meu peito, e não posso atribuir essa dor, a causa dela, senão a mim mesmo.
        Que saudades sinto das minhas crianças, que já não são mais. O tempo passou e eles cresceram e o pior cresceram sem a presença do pai, o que eu fiz meu Deus? Poderia ter feito tudo diferente.
        Depois de uma noite em um bar com amigos, depois de muita bebedeira, peguei meu carro para regressar à minha casa. Tinha consciência do meu estado, sabia que estava completamente alcoolizado. Sai rindo e assim liguei meu veículo rumo a minha morte, felizmente só eu morri com a minha imprudência, poderia ter sido muito pior o meu remorso se além de perder a própria vida tivesse acabado com a vida de algum inocente.
        Quando vi o que eu fiz e que com essa atitude infeliz eu jamais retornaria ao lar e encontrar a esposa amada e os meus três filhinhos, dois meninos e uma menininha, a mais nova que era o meu amor maior. Meu Deus como viver sem a companhia dos que eu tanto amava. Tinha também meus pais e meus irmãos que eu sabia iriam sofrer muito, principalmente meu pai e minha mãe. Oh minha mãe tão querida, tão boa e carinhosa, pensar no sofrimento dela me deixava louco de dor.
         Os anos se passaram, meus filhos cresceram e já são homens, minha menina se transformou em uma linda mocinha. Minha esposa amadureceu e hoje tem outro companheiro, ao qual agradeço por cuidar dela e fazer-lhe companhia, mas sei que no intimo ela jamais o amará como me amou e ainda hoje mantém muito a contra gosto do atual marido uma foto minha no móvel da sala.
          A idade também transformou meus pais em idosos, como eu gostaria de estar ao lado deles para ampará-los na velhice, no entanto, por imprudência eu acabei com tudo isso.
          Hoje a única coisa que peço é perdão, perdão aos que eu tanto amo, perdão a Deus.
          Na vida temos que ter sabedoria bastante para defender-mos nós de nós mesmos, eu não consegui fazer isso. Que tristeza!
          Choro por tudo o que eu não vivi, choro por toda vez que meus filhos choraram de saudades, choro pelos meus pais, pela minha linda esposa que ficou sozinha para cuidar da educação dos nossos filhos. Outra vida eu tivesse e tudo seria diferente. Sei que todos nós temos muitas vidas, mas o que deixei de fazer nessa que foi minha ultima vida não farei mais.
          Deus me perdoe, cuide de mim, me ajude a superar essa dor, esse remorso.
           Amo os que deixei, os amarei para sempre e sei que um dia nos reencontraremos, que quando chegar esse dia todos possam ter me perdoado.

           Everaldo Tomé.

          Psicografia recebida em 2015.                                     
          Médium:  Débora S C.

domingo, 18 de outubro de 2015


DE TODO PODEROSO A  ESCRAVO

Era noite uma de tantas outras que já havia vivido, estava naquela simples casa em que humildemente habitava.
No transcurso normal daquela noite um som que nunca mais esqueci em todos os dias dessa minha existência.
Aquele som era da arma que no silencio da noite expurgou-me de meu corpo físico.
Não consegui entender nada, a confusão se fez presente em minha mente, a visão dupla causou-me espanto e desespero. Meu corpo ali deitado, ensangüentado e ali bem na minha frente o algoz com um sorriso nos lábios e a arma ainda fumegante nas mãos.
Ali no meu esconderijo jazia meu corpo inerte e meu algoz feliz ao completar o “trabalho”. Eu o chefe do morro, o todo poderoso, ali deitado, subjugado em minha “fortaleza”.
Como que puxado por um poderoso imã dali fui retirado e em mãos de um grupo de rivais que já nos havia “passado”, quanto sofrimento ali encontrei, quanto...
Do todo poderoso a um escravo, este foi meu destino, virei um escravo.
Foram anos de muitas dores, dores atrozes, onde estava meu poder, onde estavam meus comparsas, onde?
Um dia exausto e um farrapo lembrei do Cristo e aí fui acolhido e hoje aqui posso ver o quanto errei.
Um dia espero reparar todo mal que fiz.

Jéferson.

 Psicografia recebida em 2015.
             Médium: Luciano.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

FOI MINHA PERDIÇÃO E RUINA

Estou feliz em está aqui, uma sensação muito boa e diferente, mas prazerosa e que acalma a ansiedade que carrego no peito. Me sinto bem.
Sou uma jovem muito talentosa, sou uma artista da música e canto muito bem e consigo ou melhor conseguia levar muitas emoções para as pessoas. Eu não soube usar o meu dom para louvar coisas boas para os meus (familiares), eu não dizia com respeito que eles mereciam, sempre com muita violência.
A minha voz era tão perfeita e absoluta que fui convidada para ser a cantora principal de uma opera internacional, fiquei tão enlouquecida e tão orgulhosa que foi a minha perdição e minha ruína.
Como uma jovem mocinha com uma voz tão perfeita podia ser tão cruel e tão infeliz, pois todos que conviviam comigo me achavam infeliz e mal amada, tinham pena de mim, é pena um sentimento tão pequeno e medíocre.
Meu fim foi de extrema solidão, garanti muitos bens, tinha dinheiro o suficiente para viver com conforto, mas a solidão é muito triste. Eu chegava a me sentir sufocada e achava que ia enlouquecer, mas no fundo eu sabia que a única culpada era eu, eu que busquei essa solidão com o meu jeito rude e grosseiro de viver e conviver com as pessoas. Os meus funcionários eram fiéis a mim por conveniência e pelo salário, que eu tinha que pagar bem, pois a minha fama era horrível.
Como eu consegui viver tanto tempo nessa ignorância e nunca perceber que deveria mudar, pois eu estava errada.
Para garantir uma velhice mais segura poderia ter tido o carinho de filhos, netos, ...mas não, não quis filho, pois não queria que meu corpo modificasse, e também não quis conviver com os meus irmãos e sobrinhos, pois todos eu julgava pobres e mal educados.
Hoje eu não tenho ninguém, fui resgatada de um lugar terrível, frio e escuro, por uma luz de muita bondade e amor. Não sei dizer quanto tempo estou neste lugar,  mas pude perceber que foi a misericórdia de Deus que me salvou, pois não cativei nenhum amigo e nenhum familiar que pudesse ter tão nobre sentimento por mim.
Sou hoje uma pessoa em melhoramento, tentando buscar dentro de mim sentimentos que eu nunca tive por mim e por todos que estavam comigo.
Sou uma irmã resgatada, estou emocionada, de uma zona escura e quero com ajuda do Pai conseguir ser uma pessoa melhor e ter o direito de uma nova oportunidade na carne.
Hoje eu consigo ver a luz com menos sofrimento e com menos solidão.
Um grande e caloroso abraço a todos.

Larissa Ferreira.

 Psicografia recebida em 2015.

             Médium:  M. Nicodemos.

domingo, 4 de outubro de 2015


CÃES  E  GATOS  ESPIRITUIAS

          As dores no meu peito sempre apareciam e depois passavam. Mas naquele dia não. Parecia ao contrário que elas pioravam e pioravam. Eu estava só, mas mesmo assim fiz tudo o que tinha que fazer. Arrumei-me, tomei meu banho e ia me deitar. Mas meu peito ardia e doía muito. Quis gritar, mas não pude. Cai, fiquei desacordada. Eu achava que estava desacordada, mas não estava.
          Ninguém aparecia para me socorrer. Eu sangrava, pois bati com a cabeça em uma quina. Eu não me movia. Sentia tudo a minha volta. Via as pessoas que se aproximavam, mas eu não as conhecia. Me chamavam, mas eu me recusava ir. Não queria ir, queria ficar.
      E o tempo passou. Até que ouvi vozes que estavam chegando e se aproximando. Eu as conhecia. Me cobriram e diziam elas: - Já morreu! Mas eu queria dizer que não havia morrido. Mas eles insistiam. Veio um camburão e me levou.  Eu estava só novamente. Que coisa triste, abriram meu peito e constataram o que eu não queria ouvir, eu estava morta: ataque do coração.
       Realmente o médico há tempos havia me dito que meu coração estava crescendo, mas eu ainda era tão nova para morrer... Tinha meus animais, tinha planos, simples, mas os tinha. 
        Depois disso, oh coisa incrível. Alguém veio e me levou ao colo. Esse alguém era uma mulher bem jovem que dizia ser minha mãe. E eu sentia que era, mas era tão jovem ainda. Me abraçou, me beijou e levou-me.
         Hoje estou bem, vivo em uma comunidade espiritual onde me preparo para desempenhar um trabalho com cães e gatos espirituais.
         Veja eu não tive uma religião certa, não frequentava nada, mas agora sei alguma coisa sobre a espiritualidade. Minha mãe é quem me orienta e me instrui. Diz-me que tudo vai dar certo e que eu serei muito feliz ainda e poderei ajudar aos meus que ainda estão na Terra.
         Queria ser melhor, mas vou tentar andar devagar para chegar lá. Tenho muito que aprender.
      Beijos aos meus irmãos e sobrinhos. Agradeço a meu companheiro que tanto me ajudou e espero poder vê-lo em breve.
        Peço que se lembrem se mim em suas orações. Tenham fé em Deus porque ele existe sim.              
        Helena.   
        ( Essa irmã adorava animais e sempre realizava trabalhos voluntários no canil municipal de sua cidade.)                                                                                  
                                                       
Psicografia recebida  em  2015.                                     

            Médium: Catarina.

domingo, 27 de setembro de 2015

INDIGENTE DA VIDA E DA MORTE

Quero contar  minha história aos que tiverem a paciência de ler minhas palavras.
Minha primeira lembrança é de uma enorme casa cheia de crianças, as vezes uns iam e nunca mais voltavam, achava aquilo tudo muito estranho. Com o passar do tempo vim a saber que se tratava de um grande orfanato numa grande cidade do nosso país. Era dirigido por freiras, umas boas e outras nem tanto.
Muitos nunca devem ter ouvido falar na “roda dos enjeitados”, já que isso não é mais usado. Funcionava mais ou menos assim: a mãe que por motivo ou outro não desejava a criança recém nascida, colocava-a nessa roda, tocava um sino e se afastava, minutos depois uma das freiras ia ao local rodava a roda para o lado de dentro e recolhia o infeliz enjeitado que ali era depositado.
Foi assim que fui parar naquele orfanato, onde passei alguns anos da minha curta vida.
As crianças ali deixadas eram dadas para adoção, daí a lembrança de ver uns indo e não voltando, esses eram os que com sorte conseguiam um novo lar. Muitos eram verdadeiros filhos de coração daqueles que os adotavam, outros eram adotados com intuito de serem empregados da família adotante.
As crianças mais bonitas de pele alva eram as primeiras a serem escolhidas, nós os de cor negra ficávamos sempre a esperar alguém que pudessem nos tirar de lá.
A vida corria assim naquele lugar que chegavam e saíam crianças, vivi ali até completar uns 13 anos, quando um casal com cara de bons amigos me levou em adoção, naquele tempo as adoções não tinham a burocracia e o acompanhamento que tem hoje, alguém ia lá te escolhia e te levava.
Minha alegria foi enorme quando fui escolhido, achei que o meu grande dia houvera chegado, que ilusão! Logo que cheguei na nova casa fui levado a um quarto insalubre, era ali que eu viveria. Descobri que eu seria naquela casa um serviçal para fazer serviços de jardinagem, de pintura, enfim o que precisasse.
Eu era acordado cedo pela dona da casa que já vinha com uma lista dos afazeres daquele dia. Me levantava sonolento e se resistisse e voltasse a dormir era tirado da cama com bofetadas na cara. Minha alimentação era restrita, não me davam o que os filhos dos donos da casa comiam, os via se fartarem e pra mim somente os restos ou que a empregada velha da casa conseguia esconder e me dar, ali era a única pessoa que tinha pena de mim. Escola não frequentava, o que aprendi foi no orfanato.   
Trabalhava o dia todo fazendo serviços que cabiam a um adulto, não a mim criança ainda e além de tudo com pouca saúde.
Quando terminava os serviços podia tomar frio, banho quente era luxo. Me davam um prato de comida e só então podia me recolher ao meu pobre quarto onde um colchão era colocado no chão fazendo as vezes de cama. Muitas vezes chorava tanto que o sono e o cansaço me venciam a aí acordava para meu e exaustivo dia.  
Quando adoecia era horrível, muitas vezes achavam que era uma farsa e mais ainda eu sofria, só quando tive uma febre de delirar é que me deixaram ali naquele quarto e quem me ajudava era a velha empregada que era tratada como eu. Me contou certa vez que ela também fora adotada pela mãe da dona da casa para ser empregada da família. A vida dela era tão dura quanto a minha, só sofrimento.A diferença é que ela era muito bondosa e se conformava com isso e dizia até gostar dos patrões.
Quando fiz 17 anos comecei pensar em sair dali, um dia me deram um dinheiro para fazer um mandado. Sai como de costume, coloquei o dinheiro no bolso e nem olhei para traz, com a roupa e aquela quantia sai dali para nunca mais voltar.
Passava dias nas ruas a mendigar comida, me sentia muito humilhado, mas com o passar do tempo tudo isso foi desaparecendo, comecei junto com outros moleques iguais a mim mesmo a praticar pequenos furtos e logo me viciei em álcool, comecei a cheirar cola de sapateiro, acabei entrando nessa vida sem volta, até procurar por furtos maiores. Furtava, comia, cheirava cola e bebia e a vida ia seguindo.
Até que um dia em num assalto mais ousado fui atingido por um tiro no peito. Havia sido pego pela policia, terminava ali a minha existência carnal. Terminava ali uma vida que eu nem sabia como tinha começado.
Ninguém chorou, ninguém se lamentou, fui levado à terra como indigente. Indigente que fui a vida toda.
Filho sem mãe, rapaz sem carinho.
Vida triste, podia ter tomado outro rumo? Sim poderia, mas imaginem que isso não é fácil. Por isso antes de julgar pensem em quantos sofrem e acabam como eu por pura falta de ajuda.

Um indigente da vida e da morte.   

                                                         
Psicografia recebida em  2015.                                      
            Médium:  Débora S. C.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015


UM ANJO ME LEVOU PARA O CÉU

Ruas escuras, frio, fome, solidão, tristeza e muita dor, somente eu relatando e descrevendo o que eu vivi. Vocês já podem imaginar onde e como eu vivi quando estava na carne.
Sou andarilho acho eu que sempre fui e não me lembro de ter família, eu não me lembro de nada que se refere o amor maternal, paterno ou de irmão.
Nas ruas você sempre encontra irmão: Irmão tem pão! Vai uma cachaça aí ou vai um cigarro ou drogas? Irmãos nas ruas têm também aqueles que deixam um agasalho, um copo de café com leite, um cobertor e também uma palavra consoladora que deixam para nós mendigos.
Sempre que possível eu me lavava e dormia em albergues, isso quando estava consciente e de bem com a vida pensando que era gente e que merecia estar limpo e descansado para o amanhecer do dia.
Eu tinha sonhos lindos que um dia iria construir uma família com esposa e filhos, mas não consegui nada, cada dia eu vivia um pesadelo.
Um dia um homem que sempre me deixava um recado, bilhete, do meu lado com palavras de coragem, de luta e sempre com bilhete tinha um cigarro, um pão e um cafezinho bem amargo, tipo para curar a ressaca. Adorava ler e pensava: Nossa esse cara sabe tudo, como ele pode escrever essas palavras tão lindas e que me faz sentir gente e com esperanças de um dia eu não mais sonhar e sim viver aquele sonho. 
Numa tarde eu pensei não vou dormir, quero conhecer essa pessoa que me deixa feliz e com coragem e assim eu fiz não dormi e foram várias noites a esperar, mas chegou o dia e foi uma surpresa enorme porque era uma criança e não um senhor como eu havia imaginado. Nossa quanta emoção, como uma pessoa tão pequena ter tanta sabedoria? Não sei explicar.
Hoje eu aqui estou me recuperando dos vícios da carne e quero muito agradecer a essa criança que me fez tão feliz e me proporcionou tanta alegria. Um grande e carinhoso abraço a esse anjo querido que por muitas noites me levou para o céu.
Obrigado. 
Antonio Ezequiel.     

 Psicografia recebida em 2015.

             Médium: M. Nicodemos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015


NAS  GARRAS  DAS  DROGAS


Sempre busquei a loucura, sempre falei das viagens psicodélicas, dos baratos que as drogas podiam me proporcionar, que a cada pico e a cada dose de acido uma nova loucura, eu vivia e eu buscava isso todos os dias de minha existência.
Um dia a loucura não passou, o efeito perdurou e os monstros e aberrações não passaram, os sons e cores passaram a ser estridentes gritos e as cores passaram a ser só trevas, acho que esse pico foi forte demais. As pessoas derretendo diante de meus olhos passaram a ser seres horripilantes que me surravam, mas diferente das outras ondas, essas doíam e não acabavam jamais.
Gritei, corri e onde quer que eu fosse lá estavam eles os monstros que às vezes achava engraçado, mas que agora são terríveis.
Não sei quantos dias durou essa onda e num dado momento supliquei a Deus, o qual achava careta, para que aquela onda passasse. Vi uma luz e por um momento tudo aquilo sumiu e senti enorme vontade de não mais viver a loucura.
Adormeci e após não sei quantos dias ou sei lá quanto tempo depois acordei, mas não como acordava das outras vezes, estava fraco, um trapo humano em um lugar que não sabia onde era.  
Com tempo descobri que a vida louca que achava que vivia havia acabado e só me restava a culpa dos atos tresloucados que cometi.
Hoje sou um farrapo, um joguete que deixou ser guiado pelas drogas. Essa droga que ilude tantos e tantos seres nesta vida.
Lesei muito meu corpo e minha mente e sei que terei que acertar tudo isso e daí vêm o medo, sou covarde, mas peço a misericórdia de Deus para que eu possa melhorar e quem sabe um dia me perdoar.
Fujam das garras desta que acabou comigo e com milhões de almas deste mundo.

Marcílio.

            Psicografia recebida em 2015.                                     

            Médium: Luciano C.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015


ESTOU  EM  PAZ

          O movimento das pessoas era grande. Uns vinham com medicamentos, outros com soro, outros com máscara de oxigênio.
          Mas eu já não reagia, eu não, meu corpo físico. O pior é que eu via e sentia tudo. Estava conformado, pois estava cansado de sofrer. Foram muitos meses de sofrimentos nos últimos tempos. Químicas, internamentos e todo tipo de tratamento sem nenhuma melhora.
          Está tudo bem, pois estou em paz, só o que me preocupava foram os meus que ficavam para trás, meus filhos ainda pequenos, minha esposa ainda nova e com pouca experiência da vida. Da minha profissão eu tirava todo o sustento, mas sabia que a minha esposa teria que trabalhar para dar conta dos estudos de meus filhos daí por diante.
          Uma coisa me tirou de meus pensamentos de tanta preocupação, senti em meu corpo um torpor e em seguida um arranco. Que seria isso? Ah! Estavam tentando ressuscitar-me, mas eu estava tão bem.
          Mas aí sim fui levado para um lugar bom e vazio, um verdadeiro gramado celestial. Lá eu descansei. Meu pai e minha mãe vieram e me abraçaram. Hoje estou em um hospital espiritual me recuperando muito devagar.
          A doença longa exige um tratamento adequado.
          Hoje sei que eu consegui vencer essa etapa de minha vida como um prêmio para que eu pudesse sanar minhas dívidas pregressas.
          Agradeço a Deus e a todos que me ajudaram. Meus médicos e todos os enfermeiros que cuidaram de mim, minha esposa e meus filhos.
          Que Deus abençoe a todos.
         
           José Hilário Silva.                                                                                   
                                                         
          Psicografia recebida em  2015.                                      

          Médium: Catarina.

sábado, 5 de setembro de 2015


ALGUÉM QUE MUITO ERROU      (PARTE  02)
(Continuação da parte 01 publicada dia 01/09/15)

Mais de um século se passou desde aquele triste dia em que por um ato de loucura tirei a vida da minha amada e do bebê que ela carregava no ventre.
Muitas coisas aconteceram desde então, os espíritos envolvidos nessa terrível trama já regressaram para a pátria espiritual. Aprendi muitas lições de amor e de solidariedade, consegui o perdão de muitos dos envolvidos, outros ainda trazem o amargor no coração por todo mal que lhes causei.
Minha amada juntamente com o seu marido, o rapaz simples que eu tanto odiei, já reencarnaram e aceitaram a me receber como filho. A criança que eu não deixei que nascesse já reencarnou como filha deles e será minha irmã mais velha.
Retornarei com muitas limitações e isso será o teste para o meu orgulho e maldade, dependerei muito dessa irmã que me amará incondicionalmente já que era um espirito querido de longos tempos.
Ainda adolescente ficarei órfão de pai e mãe ao mesmo tempo. Dependerei exclusivamente da minha irmã.
Por esses dias estarei retornando e me preparo para o trabalho reencarnatório.
Confesso que sinto medo, preciso, tenho que vencer e dominar minhas fraquezas e peço a Deus nosso Pai que me auxilie para que eu consiga sair vitorioso.
Que Deus ilumine minha amada que agora será minha futura mãe, o rapaz simples que me receberá como filho do coração e a criança que agora será minha irmã e o anjo bom da minha vida.
Seguirei em breve dias, talvez seja a última oportunidade de olhar daqui desse banco as maravilhas desse lugar e o azul lindo desse céu.
Que Jesus nos ampare a todos.   
 
 Alguém que muito errou.
                                                     
(Está carta é continuação da parte 01 publicada dia 01/09/15. O espírito escreveu duas cartas distintas no mesmo dia, sendo uma em cada reunião e pelo mesmo médium.).                                                          
Psicografia recebida em Reunião de Psicografia em 2015.                

            Médium:  Débora S. C.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

ALGUÉM QUE MUITO ERROU      (PARTE  01)

Era um final de tarde e eu me encontrava assentado em um banco daquele lindo jardim, olhando o céu infinito com seu azul maravilhoso comecei a repensar na minha ultima encarnação.
Eu era um rapaz de família abastada e sempre tive tudo o que queria, meus pais não poupavam esforços, tinha carro do ano, roupa da moda e tudo o mais que um rapaz fútil e rico pensasse em ter.
Pra mim o mundo era só meu, acostumando a ter todos os meus desejos satisfeitos nunca me conformava com um não. E foi assim que conheci minha doce amada, no momento ela era amada por mim, mas nunca me amou. Fiz de tudo o que pude, mandava flores, comprava tudo o que dinheiro podia comprar para tê-la ao meu lado.
Ela moça simples era apaixonada por um rapaz tão simples quanto ela, eu não me conformava, porque ela o preferira pobre sem nada a oferecer, do que a mim, rico com mil possibilidades de satisfazer todos os seus desejos materiais. Com tudo, ela não me suportava, no começo era educada comigo e falou francamente comigo para que eu perdesse as esperanças, que procurasse alguém que me pudesse fazer feliz, que o coração dela já tinha dono e nada do que eu fizesse a faria muar de idéia.
E foi assim que passei a cercá-la em todos os lugares, não lhe dava sossego. Aquela historia para mim que nunca recebi um não, tornou-se uma obsessão. Queria aquela moça e ela seria minha. Fiz de tudo o que pude para separá-la do rapaz amado, mas nada do que eu fazia era motivo para abalar aquele amor. E foi com muito ódio que assisti da porta da igreja o casamento deles. Nesse dia me senti mais louco que nunca.
O tempo ia passando e a minha fixação sempre aumentando, nada me fazia mudar de idéia. Foi com imenso ódio que descobri que ela estava grávida, via a barriga crescendo a cada dia. Não suportei a dor e numa tarde tão linda como essa de hoje eu acabei com a vida dela dando-lhe dois tiros certeiros, um no peito e outro na barriga. Mataria os dois.
Me escondi na fazenda do meu pai, mas não demorou que a polícia me encontrasse, fui julgado e passei muitos anos preso. O arrependimento nunca esteve presente em meu coração. Desencarnei muitos anos depois, já homem maduro, mas nunca me esqueci do pavor estampado naquele rosto na hora em que viu aquela arma apontada em sua direção.
Regressei para a pátria espiritual, completamente alucinado, como sempre fui, arrogante, horrível. Passei nem sei quanto anos em lugar sombrio e lamacento até que um dia cansado resolvi pensar em Jesus, o Jesus que a minha mãe falava. Mãe que morreu de sofrimento e decepção por minha causa. Orei e pedi ajuda e ela veio, minha amada me socorreu, aconchegou-me no colo como uma criança e me disse que tudo havia passado, ela me perdoava por todo o mal que lhe causei.    
Criatura maravilhosa, resplandecente de luz me perdoou e me auxiliou, e se hoje posso estar aqui nesse banco contemplando esse lindo jardim e esse céu azul, devo a ela, a pessoa que eu mais prejudiquei.
Vivo carregando o meu remorso e a minha dor. Sinto-me tão envergonhado e agradeço a Deus por ter me permitido contar um pouco da minha historia.

   Alguém que muito errou.                                                       
   (Está carta, que foi recebida numa reunião, tem continuação onde o mesmo espírito escreveu na reunião seguinte, que será publicada no Blog na próxima vez.).                                                         
Psicografia recebida em Reunião de Psicografia em 2015.                

            Médium:  Débora S. C.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015


PERDÃO E ORAÇÃO

Mãe querida queria muito te pedir perdão, sei minha mãe que não fui um bom filho, que nesses poucos anos que eu passei aí fiz coisas muito erradas e só hoje mãe querida tenho a consciência disso.
Como te fiz sofrer! Quanta dor causei ao seu coração.
Arrependo-me de cada erro que cometi e o pior deles foi ter me deixado levar, com a minha permissão, para o mundo das drogas.
Sei quantas desavenças aprontei em nossa casa, a ponto de vocês terem que esconder seus pertences para que eu não os trocasse por droga.
Vivo mãe num lugar muito triste, muito diferente que você imaginava. Sei que sonhava em me ver cursando uma faculdade, tendo uma vida normal de um jovem da minha idade. Ao invés de viver assim como deveria ter sido eu poderia estar aí junto de vocês, mas fui matando-me aos poucos e hoje sofro as consequências disso.
Onde estou é só dor e escuridão, preciso muito de orações para conseguir sair daqui, preciso me recuperar para conseguir sair, ainda sinto falta das drogas e não ando agindo de maneira a conseguir sair daqui. Embora não consiga mais viver dessa maneira, porque sim eu vivo mesmo matando-me eu vivo mãe, não tenho forças para sair dessa situação.
Perdoe-me minha mãezinha querida, como eu queria que o tempo voltasse e aí eu teria feito tudo de maneira diferente. Hoje a única coisa que eu preciso é perdão e oração.

Alex.  
 
           (Desencarnou aos 19 anos. Essa carta não foi entregue a mãe por  ela se encontrar em forte estado de depressão, mas foi entregue as irmãs de Alex. O nosso irmão Alex está se recuperando porque já foi atendido em nossa reunião mediúnica  e recolhido ao pronto socorro espiritual).                                                          
                                                         
Psicografia recebida em Reunião de Psicografia em 2015.                
           Médium:  Débora S. C.

domingo, 23 de agosto de 2015


UM  POBRE  RICO 

Gostaria de pedir licença para vocês para falar um pouco de minha história, uma história de infelicidades achando que era feliz.
Fui nesta vida rico, cheio de facilidades e tudo que o dinheiro pode comprar.
Vivi como se o dia derradeiro nunca fosse chegar, desrespeitei família, usei das pessoas enfim só queria o prazer.
Um dia a morte chegou e eu era ainda jovem e a realidade foi outra, encontrei com minha realidade. Realidade que meu dinheiro não podia comprar. Encontrei aqui alguns que levei ao túmulo, não que os assassinei diretamente, mas fruto das minhas ações.
Como sofri, quão duro foi saber que meu poder aqui nada valia, que meu dinheiro nada comprava, que a sede e fome me assolam.
Quanta dificuldade, como fui tolo, como fui me apegar a algo tão fútil, como...
Hoje estou um pouco melhor, já reconheço meus erros, mas ainda sofro quando penso e lembro de tudo que fui e fiz.
Queria alertar a todos que não se iludam com as facilidades que o maldito dinheiro pode trazer. Apóiem-se em Jesus e nos singelos ensinamentos daquele humilde Nazareno.
Não soube vencer a prova que foi ser rico e poderoso, se hoje me fosse dada a chance de voltar pediria que me concedesse a chance de ser humilde e simples, sem nenhum tostão, ser aquilo que eu sempre tive ojeriza: Ser Pobre.

Um pobre rico.
Luiz.

            Psicografia recebida em Reunião Mediúnica 2015.                                     
            Médium: Luciano C.

terça-feira, 18 de agosto de 2015


A SAUDADE ME PERTURBA
  
 Me sinto tão triste, tão só, sinto saudades da minha casa, dos meus pais, irmãos, da minha namorada e dos meus amigos.
Não consigo superar essa saudade que dilacera o meu coração. No entanto sou entendedor de muitas coisas e uma delas é que tudo acontece por um motivo, que o acaso não existe, entendo que aquele carro que veio de encontro ao meu não estava ali por acaso, tudo aconteceu conforme as determinações de Deus. Nem eu nem o casal que estava no outro carro e que também perderam os corpos de carne fomos culpados.
Muitas vezes os vejo procurando jogar a culpa no rapaz que dirigia o outro carro, não façam isso, ele não teve culpa, tudo aconteceu em fração de segundos e não pudemos evitar. Ele era tão jovem quanto eu e junto com a namorada também tinham sonhos e desejos a realizar. Pensem que eles assim como eu tiveram seus sonhos cortados. Eles também não tiveram oportunidades de realizar muitas coisas que planejaram.
Eu tinha mesmo o sonho de ser um grande médico, mas nem consegui concluir a faculdade e isso tudo me deixou muito revoltado com Deus na época do meu desencarne. Hoje sei que posso ser um grande aprendiz aqui onde estou e ainda terei oportunidades de ajudar a muitos. Às vezes não realizamos o que sonhamos, mas vivemos o que precisamos. Entendo agora com muita lucidez que Deus é nosso Pai e faz o melhor por nós, muitas vezes não é o que queremos, mas com certeza o que precisamos.
Sou feliz, só a saudade ainda me perturba muito, mas venho a cada dia melhorando mais e mais. Estou caminhando e devagar sei que vou conseguir.  
Deixo para vocês um recado: _ Não julguem as pessoas, não procurem culpados, procurem aceitar as coisas determinadas por Deus.
Deixo-lhes o meu abraço fraterno e o meu enorme carinho.
Desejo que sejam felizes e que procurem compreender as determinações de Deus.

Paulo.

           Psicografia recebida em Reunião Mediúnica 2015.                                     
           Médium:  Débora S C.  

sábado, 15 de agosto de 2015


NÃO AO ABORTO

Mamãe, mamãe aceita-me como seu filho, por favor não me renegue, eu preciso ser seu filho, não prejudique essa oportunidade que Deus está nos dando, por favor eu lhe suplico deixe-me nascer.
Minha mãe sempre foi muito vaidosa e fútil, para ela só existia ela e o espelho, sua admiração por si era doentia.
Eu precisava nascer de seu ventre e com meu carinho e atenção poderia mudar o seu conceito de vida. Foram várias tentativas e sempre o aborto vencia e eu não conseguia renascer, como eu sofri, sempre com muita esperança de um dia ela me aceitar. Meu prazo já estava vencendo e eu com a minha teimosia supliquei ao Pai por mais uma chance, pois não queria mais sofrer e não ter mais outra chance de tentar mudar aquela que eu escolhi para ser minha mãe.  
Um dia eu estava quase conseguindo sentir o calor de seu carinho em seu útero e estava toda uma equipe espiritual auxiliando e me ajudando com que ela não fizesse mais o aborto, mas um milagre aconteceu, o médico que faria o crime não compareceu no consultório e tive mais uma noite, uma semana e meses não interrompeu a gravidez e eu nasci. Chorei, chorei como um louco, pois agora era comigo o dever de fazê-la mudar.
Cresci triste e deprimido, pois não tive o carinho de mãe e sim de uma inimiga, pois seu corpo já não era mais o mesmo e a culpa em seus olhos era latente. Mas eu era muito religioso e acreditava no poder da prece e sabia no meu intimo que eu precisava amar, amar e perdoar aquela pessoa que havia me dado a vida e não entendia bem o porque. Graças ao nosso Pai que nascemos com o esquecimento do passado e nos dá uma outra oportunidade de mudar um pouco a nossa historia, mesmo que seja com muita dor.
Um dia, não sei dizer, minha querida mamãe não se olhou no espelho, não levantou da cama e solicitou a minha ajuda, eu com o coração que não cabia de felicidade fui ao seu chamado. Lamentavelmente minha querida mamãe havia adoecido e necessitava de muitos cuidados. Eu com todo carinho e atenção dediquei minha adolescência, minha juventude e um parte de minha velhice à ela.
Só sei dizer que eu venci a minha missão e no final de sua vida minha mãe me chamou de filho e fez uma oração em agradecimento a Deus por aquele médico não ter comparecido no dia em que ela queria por um fim na minha vida.
Sou um filho de Deus com muitos débitos e fui agraciado por Ele de ter amenizado um pouco o meu débito com essa reencarnação de provação e vitórias.            
                                                                                                        
 João Manoel.          

 Psicografia recebida em Reunião Psicografia  2015.

 Médium: M. Nicodemos