domingo, 25 de janeiro de 2015

GANÂNCIA

                  Boa noite, meus irmãos em Cristo. Vocês devem se perguntar. Quem é você? Quem foi você? Aos olhos do mundo, um homem comum, bom pai, bom filho, esposo e próspero financeiramente e foi, meus amigos, essa “prosperidade” que me levou à falência como ser humano. De onde vinha tanto dinheiro? Tantas posses?
                  Quem olhava achava que vinha tudo do meu trabalho, mas não, meus irmãos; eu escondia atrás do “trabalho supostamente honesto” coisas horríveis, como abusei do meu poder para levar vantagens sobre tantas coisas, atrás daquele homem poderoso, correto se escondia um espírito perverso, que em tudo o que fazia procurava tirar vantagens de pessoas e coisas.
                  Acumulei enorme fortuna. Mas a que preço? Quantas dores, quantas lágrimas, quanto sofrimento me fez construir essa fortuna, passei por cima de tanta gente sem o menor escrúpulo para conseguir o que eu queria. Como não sabia entender ou não queria, quando uma esposa sofrida vinha me pedir para ser mais paciente com certa divida, eu, ao invés disso, cobrava tudo com rigor e me apossava de bens empenhados na hora de desespero, passei muita gente para trás, inclusive meus irmãos, de cuja herança lancei mão sem o menor pudor. Para mim aquilo era normal, os bens foram deixados pelo meu pai, porque dividir com meus irmãos, tripudiei em cima de todos.
                   Meus irmãos, que vergonha sinto de mim, que vergonha cada vez que me lembro das falcatruas que fiz para acumular toda a minha fortuna.
                   Quando desencarnei, só me preocupava com o dinheiro, achava que mesmo depois de morto o dinheiro continuava sendo meu e foi assim com tremendo desespero que vi meus filhos se matando por causa do maldito dinheiro acumulado durante toda a minha vida. Vi meus filhos ficarem inimigos, minha esposa sofrer horrivelmente com toda aquela situação, o tempo foi passando e vi que as únicas coisas que acumulei na minha vida foram dores e sofrimentos que eu semeei no caminho de quantos passavam por mim.
                   Que vergonha! Sinto eu hoje! De que valeu o dinheiro? Pra hoje eu ser um espírito que não conseguiu se aceitar e se perdoar, quantos ainda vibram negativamente pra mim, como sou atingido por esses dardos mentais enviados de tantos espíritos que fiz sofrer.
                   Meus irmãos não deixem que o dinheiro possa ser a parte mais importante da existência de vocês. Como eu queria que ao invés de dardos mentais tão negativos enviados ao meu espírito pudessem ser orações de agradecimento pelo que eu devia ter feito. Como fui ambicioso, como fui detestado, nem pelos meus familiares mais íntimos sou lembrado com saudades ou com sentimentos de amor e oração.
                   Me perdoe meu Deus, sei que terei nova oportunidade, se possível peço a sua misericórdia para que na minha próxima existência eu venha desprovido de todo bem material, que eu tenha força para passar  a vida com parcos recursos, que eu consiga viver mesmo com a falta do mais básico.
                   Jesus me perdoe, me ampare.
                   Luiz Carlos.
                             

   Psicografia recebida em Reunião Mediúnica 2014.                                    
               Médium: Débora S C

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

E O MEU BEBÊ?

 Acordei e olhei pela janela do quarto onde estava a cama que me servia de leito. O sol brilhava intensamente lá fora. Que lugar seria aquele? Olhei ao redor e não vi ninguém que pudesse me responder, tentei levantar e dores fortes me detiveram. Imediatamente levei a mão na minha barriga, e o meu bebê?
Devagar os fatos foram passando na minha cabeça. Sim, me lembrei: aquele carro que invadiu a calçada e me atropelou, senti meus ossos se quebrando, a dor era muito forte. Ainda assim consegui ver muitas pessoas me circulando e tentando me auxiliar, nessa hora me lembrei do meu bebê, era um menino que iria nascer nos próximos dias, o desespero tomou conta de mim, ainda vi chegar a ambulância, vi ser colocada numa maca, daí pra frente não me lembrava de mais nada do que tinha acontecido.
Agora estava ali naquele hospital, desesperada pensando no que pudesse ter acontecido com o meu bebê, gritei desesperadamente. Uma senhora se aproximou de mim e me disse para que me acalmasse, que quando fui levada ao hospital os médicos  realizaram uma cesariana  e retiraram o meu menino e que ele estava bem, estava junto com o meu marido. Um enorme alivio se apossou de mim. Era certo que me sentia enfraquecida e doente, mas saber que o bebê conseguira sobreviver ao atropelamento e estar com o pai me deixou muito tranquila.
Perguntei àquela carinhosa senhora há quantos dias eu estava ali naquela situação, ela me disse que já haviam se passado três meses. Não consegui entender, parecia que tudo ocorrera a poucas horas. Exigi que entrasse em contato com o meu marido para que soubesse que eu havia despertado e trazer meu filhinho.
Lembrei-me do quartinho carinhosamente preparado por nós para recebê-lo, nesse instante me senti atraída para o meu antigo lar, sem nada entender vi meu marido na sala conversando com meu pai, enquanto minha mãe trazia no colo meu filho; corri em direção a eles e sorrindo falei com minha mãe:
 – Mãe, estou boa, me entregue meu menino, quero tê-lo em meus braços, como ele é lindo! No entanto minha mãe não percebeu a minha presença, corri para sala, observei que meu pai conversava com meu marido a meu respeito.
Como assim? Que conversa estranha era aquela? Falavam de mim como se eu tivesse morrido. Gritei bem alto que eu estava ali, ao lado deles, eles continuaram a conversa, assentei-me ao lado do meu marido e tentei segurar em sua mão. O que estava acontecendo, eu não conseguia tocar-lhe, continuei ouvindo a conversa e vi quando meu pai chorando dizia não se conformar com a minha morte. Morte? Eu estava ali ao lado dele, mais desesperada ainda gritei, gritei muito até não ter mais forças. O desespero tomou conta de mim e eu saí correndo pela rua. E agora estava eu ali naquele mesmo lugar com aquela senhora do meu lado. Fui medicada e voltei a dormir e assim fiquei não sei por quanto tempo, dormindo e acordando.
Enfim chegou o dia do meu completo despertar e, como na primeira vez, ali estava aquela senhora a me abraçar e me auxiliar. Foi devagar e com muito amor me esclarecendo tudo o que havia acontecido desde o dia do atropelamento. Imediatamente entendi tudo. Chorei, chorei mito, como isso foi acontecer comigo, esperei aquele bebê com tanto amor, amava tanto meu marido e viveria sem aquela vida planejada por nós. Digo aquela vida porque me sentia como se tivesse sido roubada da minha vida já que eu me via completamente viva em outro lugar.
Meus amigos, a dor é enorme, a saudade sem tamanho, sofri por muito tempo até conseguir entender que tudo o que nós acontece é por determinação de Deus. 
            Hoje passados alguns anos desse fato que lhes conto agora me sinto feliz e conformada, feliz por aceitar tudo o aconteceu depois. Meu marido casou-se outra vez e tenho na minha antiga casa uma verdadeira irmã do coração a cuidar do meu filho como se fosse verdadeiramente sua mãe. Não vejo nela uma rival que veio ocupar meu lugar. Vejo nela uma santa que, com muito amor, cuida do meu filho, que hoje já é um rapazinho e que a ama como uma verdadeira mãe.
             Obrigada minha querida, lhe serei eternamente grata. Sinto a alegria do meu menino cuidando dos dois irmãozinhos que você o deu. Obrigada minha irmã.
             Obrigada Deus.
              Cristina

   Psicografia recebida em Reunião Mediúnica 2014                                     
               Médium:  Débora S C  

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015


MORTO OU VIVO

                     Então um grande vazio tomou conta de mim!
                    Acordar para que? Se fechar os olhos para morrer foi tudo que eu sempre quis. Morrer, deixar de existir. Não mais lembrar de quem sou, da vida que ficou....
                 Mas, acordei. Senti a consciência me acusar, fazendo-me lembrar de tudo aquilo que eu fiz. Deixei-me ficar onde acordei. Olhei à volta e nada divisei que me fosse bom. Rostos disformes, mentes em desalinho, risos histéricos e numa terrível escuridão.
                   A luz se fazia, apenas para mostrar as bestas humanas que estavam a passar. Por que estava ali? Não entendia. Não me achava assim tão ruim. Então eu quis chorar e as lágrimas não se fizeram e os meus sentimentos, contidos, mais me faziam sofrer.
                 Com os outros eu também caminhei, sem parar, procurando um lugar onde eu pudesse me aquietar. E não encontrei. E também não parei. Por quanto tempo? Não sei.
                    Hoje, consigo observar e as coisas à volta mudaram. São rostos que sorriem, são mãos que me estendem e também posso parar. Não sei onde estou e não posso mais pensar. Perdi a identidade. Às vezes, quero pensar e não sei com fazer. Às vezes quero falar e não me faço entender.
                      Estou morto, estou vivo? Quem pode me dizer?
                    
                     Um irmão desencarnado socorrido em nossa reunião.

                     Psicografia recebida em reunião de psicografia em 2014.

                     Médium L. Ferreira

sábado, 10 de janeiro de 2015


UM MENINO

É com muita tristeza que estou aqui. Não queria estar aqui, fui retirado brutalmente, não consigo aceitar esta nova “vida”, eu gosto, não gostava, gosto da vida quando eu estava ai  na terra.
Agora onde estou? A que tribo eu pertenço? Pois é, me sinto um índio, totalmente deslocado e sem terra.
Eu só quero a minha vida de volta, meus pais, meus amigos e, até mesmo, meus bichos.
Sei que sinto muita falta deles, aqui eu me entrego às queixas e lamentações, não consigo aceitar a minha morte sendo que não morri, estou vivo em “espírito”, mas como é muito difícil eu aceitar.
Hoje teve uma preparação muito especial para que pudéssemos estar aqui, senti um alivio e achei que eu ia poder ver os meus familiares, a minha casa, não era para ouvir a prece, oração ou reza não sei, é para escrever o meu desabafo.
A nossa preparação é toda especial e sempre com a ajuda de seres brilhantes de luz muito azul.
Eu levei um tiro e fui levado para um hospital, mas não resisti. Eu provoquei o acidente, não tinha noção que a arma estava carregada.
Se meu nome estivesse nesta lista de pedidos, eu poderia dizer que foi um acidente e que não há culpados.
Eu lamento muito, muito mesmo, foi minha culpa, eu sempre muito curioso e aconteceu simplesmente.
Agora tenho que ir, mas se possível sempre pensem em nós, aqui em cima ou aqui embaixo, pois não faço a menor ideia onde estou e qual direção.

              Obrigado
              Um menino.                   

 Psicografia recebida em Reunião Psicografia  2014

             Médium:  M. Nicodemos

domingo, 4 de janeiro de 2015

RECUPERADO DO CORPO E DA FÉ

Oi, oi eu estou aqui, nossa é possível mesmo. Duvidei o tempo todo achando que isso não seria possível eu escrever, eu estou pensando ou escrevendo? Nossa é mágico, estou muito ansioso isso pode me atrapalhar, é o que eles estão dizendo. Calma, calma preciso respirar um pouco, estou eufórico.
Mas estou muito feliz, feliz mesmo, pude ir a meu lar e dá uma espiadinha em todos. Eles estão bem, graças à Deus, mas fiquei muito triste com o meu esquecimento. Em nenhum momento meu nome foi pronunciado, nem um pensamento foi dirigido a mim.
Eu me senti esquecido, como se não, ou melhor, nunca ter feito parte daquela família. Eles me falavam aqui, que é assim mesmo, e pra mim, talvez fosse até melhor o esquecimento. Por que se for um pensamento de dor, sofrimento ou de não aceitação da minha partida eu iria sofrer muito aqui. Mas senti falta de um comentário a meu respeito, uma lembrança se quer.
Meus pais sabiam que eu estava sofrendo muito com a minha doença “câncer”, não gosto desta palavra ela me machuca ainda. Eles sofreram com a minha partida, mas ficaram felizes, pois, eu não sofreria mais. Engano deles sofri muito aqui, fui direto para o hospital, meu corpo precisava de cura, a minha fé abalada, pois, parti sem acreditar em Deus devido todas aquelas dores e injeções, muitos sofrimentos.
Mas assim que fui me recuperando, comecei a ver as coisas diferentes, vi o meu passado, o quanto eu judiei do meu corpo, não dei valor ao meu corpo perfeito que Deus fez com tanto carinho, precisei nascer e sofrer na carne o mal que fiz em meu corpo.
A minha fé? Estou tão fortalecido na fé que chego a iluminar, quem está do meu lado sente a minha fé e se encanta, pois acredito em Deus nosso pai e sou hoje um Filho de Deus recuperado do corpo e da fé.
Mas voltando em minha casa, o meu cachorro, acho que sentiu a minha presença e a minha energia, pois, ficou agitado. Talvez seja a minha carência que faz eu pensar assim.
Fico feliz em saber que todos estão bem, o meu recado é que às vezes nós podemos fazer uma visita na nossa casa sem fazer nenhum mal e principalmente estando muito bem  acompanhado de quem guardiões muitos especiais.
Um grande abraço.  
Um Filho de Deus recuperado.
       

 Psicografia recebida em Reunião Psicografia  2014
             Médium:  M. Nicodemos