domingo, 27 de dezembro de 2015

UM  DIA  EU VOU  SABER

         Somos todos descendentes uns dos outros, queiramos ou não somos uma só família. Assim sentia eu, pois morei em um orfanato, órfão de pai e mãe (eu achava assim) estava sempre a espera que alguém me adotasse. Vinham pessoas de todos os lados, eu achando que iam me querer... Mas qual o que? Olhavam-me de lado e passavam.
          E eu pensava assim: não sou descendente dessa pessoa, ou melhor, o nosso sangue não é igual? Mas nada. Ninguém me queria. Atingi a adolescência e chegou a hora de me virar.
          O orfanato mesmo cuidou de me arrumar um emprego. Nesse emprego eu dormia, comia e afinal de contas morava. Só que eu continuava sendo rejeitado. Meus patrões me exploravam de todo jeito: eu trabalhava quase a exaustão. A comida era controlada. À noite eu sentia muito frio, no tempo do frio e muito calor quando era o verão. O cômodo era muito pequeno e eu resolvi fugir.
           Aí sim eu sofri, sofri muito. Primeiro de esquina em esquina, procurava as pessoas, mas elas se esquivavam. Pedia algum dinheiro e elas às vezes me davam, às vezes não. Continuava a andar sem rumo até que eu encontrei embaixo de um viaduto pessoas que, como eu também perambulava. Elas me ofereceram algo que gostei. Era craque. E foi assim, fiquei com elas e me tornei um viciado. Aí não conseguia ficar sem a droga e resolvi como as outras pessoas, roubar para sustentar a droga.
           Não fiz amizade real com ninguém, só pensava em suprir as minhas necessidades físicas. Alguém me denunciou por roubo e fui indiciado como ladrão. Fui preso varias vezes. Estava na prisão, revoltado comigo e com a vida, quando chegou alguém que queria me ver. Era um antigo colega do orfanato que em ofereceu a mão, me levou para a sua casa, me banhou, me olhou e orou para mim (ele se tornou evangélico).
            Tinha família formada com esposa, filhos e um netinho que acabou de nascer. Tudo na vida dele correu normalmente como manda a vida. Eu, porém era um pobre coitado sem nada. Ele me levou para a sua Igreja e lá fui recuperado. Cheguei até a fazer a leitura lá na frente do altar.
             Mas a droga já havia corroído em mim minha saúde física e comecei a sentir os efeitos funestos de sua ação. Adoeci gravemente, fui para o hospital e lá morri. Fui velado e sepultado por esse amigo, a quem devo todo meu respeito e gratidão.
             Hoje eu me acho em um hospital espiritual onde sou tratado. Vem sempre um pastor que dialoga comigo, me ajuda e me orienta.
             Pergunto a ele o porquê de certas situações, por exemplo: porque eu não tive a mesma sorte de meu colega que como eu foi criado num orfanato e que teve uma vida tão boa? Porque eu sofri tanto, se nada fiz por merecer?  Ele diz que um dia eu vou saber, mas que por enquanto ainda não posso, porque estou me recuperando.
            Hoje tive a oportunidade de escrever nessa reunião, auxiliado por esse pastor e ajudado por uma mulher que diz ser a minha mãe.
            Obrigado a todos.
   
            Eduardo Noronha. 
                                                        
 Psicografia recebida em 2015.                                     

 Médium: Catarina.

domingo, 20 de dezembro de 2015

TEREMOS  NOVA OPORTUNIDADE

Minha mãezinha querida, foi tão pouco tempo que passei junto a você, junto ao meu paizinho, sei o quanto sofreram com a minha doença, ver aquele ser indefeso sofrendo cortava-lhes o coração.  
Ah minha mãezinha te agradeço tanto por ter me recebido, por ter me acolhido em seu ventre, em ter me amado tanto. Sei que nunca consegui desde o meu nascimento ver você ser feliz, vi o seu sofrimento com a doença que eu trouxe ao nascer e me acompanhou pelos quase cinco anos que passei junto à vocês. Sei que viviam um dia após o outro, com esperanças de que eu pudesse me recuperar, mas também com a triste certeza de que eu não poderia passar muito tempo aí.
Até que vivi um pouco mais do esperado, mas mesmo assim nosso tempo foi tão pouco, mas o suficiente para criarmos elos de amor eterno, sei o quanto aprenderam a me amar e eu a vocês. Sei que teremos nova oportunidade juntos e nessa próxima oportunidade serei um menino saudável, cheio de saúde e não será como foi, dessa vez terei uma longa existência e poderei proporcionar a vocês muitas alegrias.
Sei que para sempre sentirão saudades minhas, mas quem sabe eu não estarei aí bem pertinho de vocês em um novo corpinho?
Minha mãezinha, meu paizinho querido Deus prepara grandes alegrias para nós, ainda seremos uma família muito feliz juntos com os outros filhos que vocês terão e serão meus irmãozinhos amados. 
Não chore mais, coloque um sorriso no rosto, nosso reencontro não tardará. Enquanto isso peço que retornem as suas vidas, volte mamãe para o seu consultório que ficou tanto tempo abandonado para que você cuidasse de mim, sua profissão é linda e você precisa voltar.
Tenha fé em Deus, fé no futuro, não estamos sós e nem desamparados, o tempo conta a nosso favor e em breve viveremos momentos muito felizes.
Seu sempre filhinho querido.

 Márcinho.                                                                         
                                                         
Psicografia recebida em 2015.                                      

            Médium:  Débora.

domingo, 13 de dezembro de 2015


DE NADA VALEU O GLAMOUR

Dormi uma dama da sociedade e acordei um farrapo...
Como é possível me ser dado tanto e de uma hora para outra me ser tirado tudo, por quê?
Vivia o luxo da mais alta Sociedade Carioca, vivi ao lado de pessoas da mais alta estirpe, tinha as facilidades tinha amigos, tinha uma bela casa, bebia os melhores vinhos, enfim tinha tudo.
Dormi um dia após mais uma noite de festa e glamour e ao abrir meus olhos não acreditava no que via, estava em um pesadelo, afinal eu estava um verdadeiro lixo humano, nada parecido com a bela mulher bem tratada que sou. O cheiro de perfume deu lugar ao odor mau cheiroso da podridão, a bela casa sumiu e estava eu em um lamaçal fétido e frio e nem mesmo  a água para refrescar meus lábios ali eu tinha.  
Onde estão as pessoas que sempre se alinhavam comigo nas festas, onde?
Tudo aquilo era ilusão, a vida que achei que vivia foi uma grande ilusão, de nada valeu o glamour e as festas, fui vil e mesquinha. O que tanto cultivei, o que tanto busquei só serviu para ajudar-me a mergulhar neste mar de lodo e lama que hoje vivo. Nem de perto sou a linda mulher do passado.
Tanto busquei a fama e o reconhecimento que encontrei a miséria e a face sórdida de mim mesmo.
A morte mostrou-me o como eu realmente era.

Ângela.   

            Psicografia recebida em 2015.                                     

            Médium: Luciano C.

domingo, 6 de dezembro de 2015

AS DROGAS X MEU PAI

Meu pai me perdoe, preciso muito do seu perdão, sinto que ainda guarda rancor, raiva e muita tristeza quando se lembra de mim. Sinto muito por tudo que eu fiz o senhor passar, noites inteira sem dormir, procuras em hospitais e até mesmo em IML. Sei do seu sofrimento meu pai e da minha responsabilidade, hoje não tenho um minuto sequer de paz, gostaria tanto poder está com o senhor e ajoelhar em seus pés e pedir perdão.
Tenho passado por muitas provações aqui meu pai, o meu corpo sofre de ulceras terríveis na pele, a minha garganta está toda machucada devido o mau uso das palavras e o meu corpo sofre devido as drogas, etc. Hoje tenho uma senhora que cuida de mim e uma equipe que faz tratamento espiritual, pois eu ainda sinto muita falta das drogas e da vida louca que vivia.
Não consigo dormir ainda uma noite inteira, como passava muitas noites acordado por efeito das drogas, sinto que estou perdido. Meu pai ore por mim, pense em mim para que eu sinta o seu amor e o seu calor.
Estou aqui num momento único, onde me foi dado essa oportunidade de dizer o quanto estou arrependido de ter feito tanto mal a você meu pai.
Sei que esta carta o senhor não vai ter acesso devido a sua crença, mas estou aqui nesse desabafo para alertar a muitos que o efeito das drogas não é somente no usuário que ela fere e consome, mas também nos seus mais queridos e amados que tanto sofrem que chegam a pedir a morte por não querer ver o seu amado filho se perder nas drogas.
Hoje sei o que sofro não é somente por minhas atitudes e sim por todo o sofrimento e noites sem dormir que fiz o meu pai passar.
A dor que é física é tão pequena em relação a que sinto na alma e no meu ser. E sei que essa dor não é só minha e sei também que o meu pai sofre porque ele me disse: “não quero perder o meu filho para as drogas”, e rogava a Deus para me salvar. Sua fé foi muito abalada quando faleci e ele ali vendo o meu corpo e eu já pedindo perdão sem ele poder me ver já foi uma loucura, uma loucura...
Senti sua fé sendo diminuída e ele cobrando de Deus o porquê Dele não ter ouvido suas orações.
Meus queridos amigos deixo aqui o meu relato, mas me sinto um pouco aliviado pois pude de uma forma desabafar e alertar a muitos que pensam em usar qualquer tipo de droga, seja ela qual for pensem em seus familiares, eles também morrem.

Um desabafo de um jovem chamado Wilson L. de 21 anos, interrompi minha vida sem pensar na pessoa que eu mais amava: meu pai.    
 

 Psicografia recebida em 2015.
             Médium: M. Nicodemos.