domingo, 24 de julho de 2016

CICLO DE ÓDIO

Como tenho medo da noite, desde que era criança o que mais temia era quando a noite caia, a escuridão trazia a tona todos os meus medos e junto os fantasmas de minha imaginação.
Essa mesma noite após alguns anos, trouxe também um outro fantasma e muito triste e doloroso para mim, o estupro, o qual por varias noites era subjugada, o mais triste o agressor era quem eu amava e tinha por obrigação me proteger, meu pai.
Porque aquilo tudo acontecia, que mal havia feito, eu era só uma ingênua criança, por quê?
Os anos passaram com ele a gravidez, um filho de meu próprio pai, tinha apenas 16 anos, desesperei-me. Meu pai tendo por pretesto em ser uma desavergonhada, alegando perante a nossa humilde família que eu tinha homens, escondeu os seus atos e jogou-me na rua, minha mãe fingia nada saber e assim fui mais uma na rua da desilusão.
Após algum tempo vagando pelas ruas, fui acolhida pelas freiras do convento local e ali fui ajudada a ter e criar meu fruto do pecado. A dor e a raiva ocupavam o meu ser todos segundos de minha vida.
Definhei e durante o parto perdi minha vida...
Como que atraída por um poderoso imã, fui atraída para meu antigo lar e para perto de meu pai. Tornei-me verdadeira sombra daquele ser repugnante que um dia chamei de pai.
O obsediei tão intensamente que o levei a loucura, o fiz tirar sua vida e ao chegar aqui, descarreguei sobre ele ainda mais minha ira.
Não sei quantos anos foram de escuridão, até que um dia cansada de tudo aquilo cedi a luz e abandonei minha vingança, e descobri que mesmo temendo a noite, por causa de minha vingança vivi por centenas de anos em uma noite que nunca acabava.
Vivi a noite de minha ignorância, acreditando ser vitima de meu pai, quando no fundo nunca fui vítima e sim cega dos erros que cometi no passado e não soube aceitar resignada o resgate quando tive a chance, pelo contrário voltei a pecar e de forma ainda pior.
Meu Deus, ajude-me a quebrar esse ciclo de ódio e dor que eu e meu pai estamos vivendo a séculos.

Catherine.  

            Psicografia recebida em 2016.                                     

            Médium: Luciano C.

sábado, 16 de julho de 2016


PRA  DEUS  NADA É  IMPOSSIVEL

Estou sem paciência, não agüento esperar por dias melhores, eu necessito de paz e ninguém conseguiu ver em mim o meu sofrimento íntimo.
As minhas angustias estão me consumindo e eu não vou suportar, sei e sinto que o meu fim está próximo e bem próximo.
Onde encontrar Deus, onde encontrar a esperança, onde encontrar o amor e respeito, onde?
Como dói esse sentimento de desprezo e abandono, eu convivi com a falta de amor, bem nem sei o que é ser amado e abraçado.
Quando nasci já fui carregando a culpa do desencarne de minha mãe, complicações no parto e o meu pai, homem sem coração, não suportou a falta de minha mãe e a responsabilidade de criar um filho sozinho e se perdeu nas drogas e no álcool.
E eu pequeno ainda, digo bebê recém nascido, fui colocado em um orfanato com a desculpa de não ter um familiar com condições financeiras para me criar. O abandono meus amigos é cruel, machuca e dilacera o coração e a culpa é um tormento que fica constante em seu peito.
Como eu pedi a Deus que olhasse pra mim e compreendesse o meu sofrimento e a minha necessidade de ter um lar, um carinho, de me sentir importante pra alguém. Já crescido e com poucas esperanças, pensava: “jamais serei adotado e acolhido em um lar, uma criança que já carrega no seu histórico uma tragédia, quem iria querer?”.
Um dia chuvoso e frio, uma senhora adentrou no abrigo, eu já crescido e pensei, não serei eu, então me recolhi a um canto da sala e não sei o que aconteceu, eu tive uma vontade enorme de orar com todo o meu ser e alma e felizmente fui eu o escolhido.
Tive uma família linda, carinhosa, irmãos lindos e conquistei o meu lar, casei, tive filhos e com o passar do tempo foi crescendo em mim a vontade de criar uma criança sem lar e sem amor como eu. Conversei com minha amada mulher e resolvemos ir ao mesmo abrigo e foi Deus novamente agindo em mim, escolhi um menino na pré-adolescência e ele foi o meu filho de coração que segurou em minha mão no dia em que fui escolhido para viver na pátria espiritual, um menino que se chama Emanuel. 
Fiquem com Deus e orem, Ele sempre atende aos nossos chamados.
    
José Francisco Teixeira.

 Psicografia recebida em 2016.

             Médium: M. Nicodemos.

sábado, 9 de julho de 2016

A CONFUSÃO ME MATOU

 Não consigo aceitar o que me aconteceu, não consigo entender que por uma coisa boba, um motivo tão banal eu fui expulso do meu corpo.
Passarei a contar o que ouve e que me fez regressar de maneira tão violenta.
Sai de casa naquele dia completamente tranqüilo. O que eu tinha para resolver era coisa rápida, e como era feriado eu regressaria a casa e passaria o dia ao lado da minha companheira e dos meus dois filhinhos, que nasceram no mesmo dia, eram dois lindos meninos, gêmeos idênticos que a quatro anos Deus me presenteava.
Ainda no caminho de ida para resolver o que eu precisava fui abordado por um homem que aos gritos me insultava, não consegui muito bem entender o porquê de toda aquela atitude. Ele parou o carro ao lado do meu no sinal e me insultava, eu sem entender perguntei o que havia acontecido, o homem tremulo de ódio dizia que eu não me fizesse de bobo, e eu continuei sem entender. Logo percebi que ele me havia confundido com alguma outra pessoa, ou melhor, confundido o meu carro. Dizia que estava me fazendo de bobo, mas que eu sabia muito bem que eu o tinha fechado. Tentei mais uma vez argumentar e aquele sujeito cada vez mais agressivo, até de supetão sacou de uma arma que ele trazia à cintura e sem que nada pudesse ser feito atingiu a minha cabeça.
E foi ali mesmo no meio da rua, por um motivo que eu nem sabia, eu despedia-me do meu corpo, despedia-me da vida feliz que eu tinha ao lado dos que eu tanto amava.
Quando consegui entender o que havia acontecido a dor que senti, não sei precisar, fiquei louco e comecei uma busca implacável atrás daquele homem que me tirara tudo o que eu mais tinha de valor, minha vida, o convívio feliz com minha família. Eu de homem bom e digno passei a ser um ser que o objetivo principal era a vingança. Passei muito tempo, acho que muitos anos a procura daquele sujeito, a essa altura já havia me tornado um lixo, não pensava mais na companheira querida e nem nos filhos amados, era movido tão somente pela idéia de vingança.
Depois de longa procura encontrei o tal sujeito em um cárcere imundo, completamente isolado e triste, eu aproveitei da situação infeliz daquele ser e comecei ali a minha vingança, devagar com paciência e com a permissão dele, por causa do remorso consegui ir minando-lhe a saúde física e principalmente a saúde mental, até que ele enlouqueceu e gritava desesperado, ele conseguia me ver, pedindo que me tirasse dali, ele chorava, gritava até cair extenuado no chão, onde ele se debatia até perder os sentidos, e em uma dessas crises ele bateu a cabeça de modo que assim perdera a vida. Exultei e ali mesmo já estava eu pronto para pegar aquele infeliz. E assim consegui ajudado por outros companheiros.
Passei subjugando aquele homem e impondo-lhe atrozes sofrimentos. Um dia sem que me desse conta fui acolhido em uma casa espírita e ali começou o meu tratamento. Meu e o do pobre coitado que eu mantinha sobre o jugo. O tempo foi passando e o tratamento evoluindo, até que consegui a minha e a liberdade dele.
Esse tratamento foi longo e sofrido, nunca mais tive noticias da minha família, até que um dia fui levado à minha antiga casa, lá vi uma senhora de cabelos grisalhos e dois homens que pela aparência, ou seja, por serem completamente iguais, um carregando uma linda menina ao colo e o outro feliz anunciava o nascimento de mais um filho. Fiquei tonto, fiquei sem rumo ao perceber que a senhora era a minha linda companheira e os dois homens aqueles meninos que um dia deixei para ir logo ali e voltar.
Chorei ao ver aquela cena, o tempo havia passado e eu perdera a oportunidade mesmo de longe ter tido noticias deles. Me senti a pior das criaturas, quando um espirito que me acompanhava  falou com doçura, esse filho que anuncia a vinda do seu neto receberá como filhinho aquele que tirou a sua vida e alguns anos depois virá você ira se unir a eles.
Era Deus ali colocando as coisas em ordem, fazendo que as arestas do passado fossem aparadas.
Hoje agradecido a Deus pela oportunidade, aguardo o meu retorno, terei no meu assassino o irmão amoroso e ele em seu algoz do passado o irmãozinho menor que ele amará do fundo do coração.  Peço a Jesus para que tanto eu quanto ele possamos aproveitar essa bendita oportunidade e aprendermos o verdadeiro amor fraternal.

Simão. 

            Psicografia recebida em 2016.                                     
            Médium:  Débora S C

domingo, 3 de julho de 2016


EXISTE  VIDA  PLENA  APÓS  A  MORTE

            Os meus pés estavam hirtos, gelados e eu não os sentia. Minhas pernas estavam muito inchadas. Mesmo assim eu não percebia a gravidade da situação.
              Meus filhos iam me visitar e nada diziam a respeito. Os médicos iam e vinham, olhavam e examinavam, mas também nada me falavam de concreto.
          Um dia me levaram à sala cirúrgica, me disseram que eu sofreria uma intervenção nas pernas. Eu obedeci como se eu fosse um cordeirinho. Na verdade eu estava nas mãos dos médicos, e eu também acreditava que Deus e meus santos favoritos não me abandonariam. Eu sofri a intervenção...  Mas oh! Que tristeza, amputaram-me uma das pernas e tentariam salvar a outra, que se o sangue não circulasse eu também ficaria sem ela.
             Fui para o quarto e eu senti uma coisa muito estranha. Eu sentia coceiras e dores na perna amputada. Meus filhos vieram e eu pedi a eles que coçassem minha perna. Eles coçaram a perna que ficou e eu disse a eles: é a outra que coça! Eles acharam que eu não estava em meu juízo perfeito. Fiquei internado mais alguns dias e os médicos me disseram que teriam que amputar a outra perna. Eu pensei: é preferível morrer!
            E eu morri. Só que eu não morri da forma que eu pensava. Me via no caixão, depois vi meu enterro, ao que muitas pessoas me convidaram para sair dali e ir para outro lugar. Eu fui andando com minhas duas pernas. Pensei estar ficando louco, mas não, eu estava recuperado com minhas duas pernas que não doíam e nem coçavam. Eu estava são.
        Hoje estou aqui, recuperado, em companhia dessas pessoas, tendo oportunidade de me expressar. Não sou espírita, mas não hesitei em vir aqui dar meu testemunho.
             A morte do corpo não é a morte da alma. O corpo serve enquanto estamos vivos na Terra; no plano em que estou é tudo muito bom e diferente. Existe vida plena, como Jesus disse: Eu vim para que todos tenham vida e vivam plenamente.
             Tenhamos fé, façamos o bem nas nossas condições, amemos ao próximo que Jesus e Deus nos ajudarão.
              Obrigado.

               Nelson. 
                                                       
 Psicografia recebida em 2016.                                     

 Médium: Catarina.