NÃO SUPORTEI PERDER
MEU FILHO
Sinto muito, muito mesmo, fui um tolo, eu
pensei que seria o meu fim, mas infelizmente percebi que não tenho esse poder
de acabar com uma vida, se não fui eu que criei.
Sou
um homem covarde não suportei a dor de ver um filho morto, se eu tivesse o
conhecimento que tenho hoje, jamais tiraria a minha vida. Hoje sei que vivo e
tenho certeza que meu filho também vive e vive em melhores condições que eu.
Sofro dores horríveis e clamo por perdão,
sei que Deus já quer e tem todo cuidado comigo, mas eu não consigo sair daquele
lugar escuro com lamas pretas, árvores sem vida, rochas e mais rochas, escuto
lamentos e choros dias e noites. Não sei por que não fiquei louco ainda.
Um dia eu orei a Deus e falei da minha dor
e da saudade que sentia do meu amado filho e minhas chagas que tinha uma dor
latente e constante foi amenizando e foi ficando cada vez menor até que não
mais senti, e veio um calor, senti fome, lembrei da água como se eu renascesse
naquele momento. E diante de tudo que sentia não parei de orar e sentia que o
Pai queria ouvir algo de minha boca, mas a vergonha não deixou falar e pedir,
voltei a sentir dores e tudo foi ficando escuro e tudo voltou como antes o
horror, a angustia e o desespero.
Em breve momento pensei: “o que o Senhor
quer que eu diga?”, mas não sou digno, sinto vergonha e não suporto mais esse
sofrimento.
Eu peço socorro e peço perdão, perdão meu
Deus, perdão meu filho, perdão meus familiares e esposa. Perdão, perdão a minha
mãe querida.
Diante deste meu desespero e de verdadeiro
sentimento de entrega, fui tomando de um sono, um sono incontrolável e hoje
estou aqui diante de pessoas iluminadas e de bom coração me ensinando e
mostrando para mim que estava totalmente errado em tirar a minha vida.
Sei que a qualquer momento estarei do lado
do meu amado filho, onde iremos viver um tempo juntos até o meu retorno à
Terra para acabar com a minha missão que
eu mesmo interrompi.
Um grande e sincero abraço.
José Carlos Afonso.
Psicografia recebida em 2016.
Médium: M. Nicodemos.